quinta-feira, 11 de junho de 2009

Manaus e a Copa


Como amazonense é claro que estou eufórica com o fato de Manaus ter sido escolhida entre uma das sedes dos Jogos da Copa de 2014. É óbvio que isso enche qualquer cidadão de orgulho.
A escolha aumentou ainda mais o tom do spot do governo do Estado, que agora virou hino e todo mundo canta ainda mais alto e com mais pavulagem: “Eu tenho orgulho de ser amazonense!”.
Manaus merece e todo mundo anda feliz por aqui. Mas me pergunto: Até quando?
Sem querer fazer nenhum tipo de comentário pessimista, mas quem mora na Capital sabe o quanto as ruas, as avenidas e o trânsito precisam urgentemente de melhorias. E isso vai acontecer. Estão inclusos nos projetos de melhorias para a Copa a implantação de um metrô de superfície, aumento da rede hoteleira e intervenções que proporcionarão melhorias no trânsito. Isso é ótimo! Mas vai ser bom depois de tudo prontinho. E antes disso?
Pergunto-me, se nós, amazonenses estamos preparados para suportar o caos que a cidade vai se tornar por conta das aceleradas e gigantescas obras.
Os investimentos estão assegurados e de fato a capital do Amazonas vai ganhar muito com a realização do maior evento esportivo do mundo, mas está na hora de cada cidadão acalmar os ânimos e começar a praticar exercício de cidadania e bom humor. Assegurados também estão, o trânsito parado e as ruas interditadas, portanto, vale lembrar que em 5 anos nossa cidade vai mudar, mas nossa mente também precisa evoluir e cada um de nós precisa parar com o imediatismo, com aquela pressa tipicamente amazonense por culpa de tantas obras inacabadas que estamos acostumados a encarar diariamente nas ruas da cidade.
Sim, estou me referindo às obras que deveriam ter sido concluídas há anos e até hoje, nada. Ou alguém já se acostumou com o viaduto inútil que insiste em permanecer na bola do Coroado e que nunca fica pronto? Sem contar com a implantação do “Sistema Expresso” em 2001, que não atendeu as expectativas da população. E os investimentos no “Estresso”?? Estimando em R$ 120 milhões. Só isso.
O bom da Copa em Manaus é que tudo vai acontecer. Ainda bem. Portanto, resta a cada manauense ter muita calma nessa hora e saber diferenciar o tempo e a obra. Não são mais promessas de palanques. A copa está aqui e
bem daqui onde estou vou me acostumando a ter uma cidade mais bonita, mais importante e mais humanizada.
Chega de estresse num dos piores trânsitos do Brasil, chega de pressa, numa cidade que quase não anda de tantos congestionamentos e apertos, chega de prolongar a lamúria. Estamos falando da Copa, de gol de placa, de uma Manaus melhor, de cidade transformada, da cidade dos sonhos (?) e de muita alegria para encarar as mudanças que vão resultar em dias melhores para todos nós.

terça-feira, 2 de junho de 2009

A difícil tarefa (ideia) de atualizar o blog











Quisera ter o hábito de escrever neste blog como tenho o hábito diário de escovar os dentes. Sim, porque diariamente rola algo interessante para escrever, mas eu acabo deixando as ideias (e lá se foram nossas idéias, maldita reforma ortográfica!) pra lá e não atualizo isso aqui. Talvez porque eu ando achando mesmo que nem tudo o que escrevo pode ser tão interessante assim...Acho o máximo acompanhar alguns blogs de conteúdo, algumas mentes fervilhantes que dia-a-dia tecem seus comentários a respeito da vida, do nada, do tudo. Acho que o grande lance dos blogs é escrever sem medo.Dizer o que pensamos sem imaginar quem está lendo ou sem a preocupação com o que vão pensar do que eu penso não é uma tarefa das mais fáceis, pois o tempo passa, as ideias mudam (mudaram mesmo minhas idéias, maldita reforma ortográfica!) e depois a gente volta pra ler o que disse antes e se arrepende (ou não).O certo é que preciso atualizar isso aqui. De que adianta ter um blog metade? Um blog frio? Sem histórias (ou estórias) pra contar, sem o cumprimento da função a que ele se destina.Preciso fervilhar minha mente, preciso explorar minhas ideias (é que antes eu as tinha, agora não. Maldita reforma ortográfica!) e preciso simplesmente escrever, ou minha ânsia se acumula por aqui. Isso já tá virando paranoia!! (Quero a paranÓia de volta, maldita reforma ortográfica!).E que seja, enfim, este blog útil a mim.




domingo, 8 de março de 2009

Aprendi sobre Efésios 4:26 e um pouco mais...

Na mesma noite após ter escrito o último post, inesperadamente, sem ninguém precisar me fazer entender, compreendi Efésios 4:26 e só então após toda explosão de ira que tive, percebi que se eu permitisse o sol se pôr sobre a minha ira, havia fugido do tênue limite que separa a ira do pecado.
E foi naquela noite que parecia ser a pior de todos os tempos, que pude tirar compaixão bem lá do fundo e desejar que DEUS abençoasse aos que estavam me ofendendo e mais que isso... Machucando quem eu mais AMO.
Após todas as crises e a busca do equilíbrio para enfim não perder a paz por completo e não atrapalhar o melhor que estava por vir rendi-me completamente numa oração que é muito mais que escrita... Muito mais que uma tentativa de desabafo, é encontro pessoal com QUEM PODE SOLUCIONAR todas as coisas.
E foi assim que naquela noite, compreendi mais sobre mim, sobre minhas limitações e sobre o quanto ainda preciso aprender a fim de não bloquear nada ao meu favor na tentativa de fazer as coisas à minha maneira.
Não tem jeito, qualquer ser humano, por melhor que seja, num determinado momento de luta e tentativa de acertar, no fim, compreende que sem DEUS para ir à frente da batalha, está perdido.




"Busco na vida tantas coisas que nem sei por que razão fortaleço minha vontade pra que tudo aconteça do meu jeito. Corro enquanto acredito, persisto até chegar ao fim pra descobrir, lá no final, que eu corri atrás do vento... O que eu preciso, os homens não podem dar, o que eu preciso, a prata não vai comprar, o que eu preciso, o mundo não pode dar. O que eu preciso, é habitar contigo, ó Deus!

(Vaidade – Heloísa Rosa)



segunda-feira, 2 de março de 2009

Ensina-me sobre Ef. 4:26.

Escrever me faz bem, mas hoje estou com muita raiva e revoltada com determinada situação, aí a escrita tem outro sentido pra mim...
Ao mesmo tempo em que posso “desabafar” e externo a fúria, cria-se um novo inimigo: a própria palavra que não pode ser dita. (E compreendida!)
No fim das contas, eu acabo não eliminando tudo aqui... Não expondo a real razão do desabafo aí nem sei mais se é bom ou ruim escrever, porque temo tornar-me vitima de minhas próprias palavras. Contraditório isso? Imagina! Hoje? Só amanhã!!

Mas vamos lá... Deixa-me escrever sobre algo que preciso aprender...

Nunca fui uma pessoa vingativa, não desejei (pelo menos conscientemente) que alguém se ferrasse diante de uma injustiça comigo. Relevei muita tirania, perdoei, esqueci e sinceramente? Não odeio ninguém. Mas certo episódio esses últimos dias tem me enfurecido profundamente e continuo não odiando quem me faz mal, mas descobri que não sou tão pacifica ao ponto de relevar o mal que fazem com aqueles a quem AMO.
Descobri que é mais fácil esquecer o mal que fazem a mim, que a quem eu quero bem.
Vai entender o fenômeno que explode dentro do ser humano nessas horas, só sei que especialmente hoje não consegui compreender como posso irar-me sem pecar... Preciso descobrir esse limite, não permitindo que sol se ponha sobre minha ira. Quero aprender, sinceramente.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Chega de saudade...

Com a partida de mais uma amiga/prima/irmã/companheira e eu diria mais: De um pedaço de mim, há uma semana, me peguei num reflexivo momento em que pude comprovar o quanto minha vida é feita de saudade.
Saudade de pai, de amigos de infância, da adolescência, juventude, de irmãos na vida adulta, saudade de muita gente que se vai e deixa uma lacuna no peito. Não que eu me apegue a essa saudade ao ponto de viver tristonha, mas confesso que os primeiros dias de ausência me deixam bastante abalada, até eu retomar o fôlego e me apegar à certeza de que em breve nos veremos de novo.
Tem sido assim.
A saudade tem sido uma companheira eu diria chata e irritante, porque vira e mexe, lá vem outra despedida.E o que eu faço com tudo isso? Sigo na vida “à distância”, enviando e recebendo e-mails, postando fotos no blog, recebendo e fazendo chamadas telefônicas e procurando me aproximar mais dos que ficaram por aqui, refazendo velhos laços e construindo novas amizades, quase me acostumando com o fato de que mais cedo ou mais tarde, terei que dizer até breve a alguém novamente.

“Saudade é a endiabrada tentativa de pintar a cor do vento".

sábado, 31 de janeiro de 2009

O Curioso Caso de Benjamin Button




As 13 indicações ao Oscar 2009, incluindo a de melhor filme ao “Curioso Caso de Benjamin Button” foram justas. O filme simplesmente é o máximo e vale levar todas as estatuetas a que concorre.

As 3 horas são embriagadoras e não cansativas, pelo contrário, é instigante cada tempo que transcorre a história.
O delicado equilíbrio entre drama, humor e aventura se assemelha ao
Forrest Gump, que é um filme longo e maravilhoso de assistir. Meu favorito.
Aliás, a primeira coisa que comentei ao final do filme com os companheiros ainda na sala do cinema é a semelhança entre as duas histórias, sem ainda saber que roteiro é de Eric Roth, o mesmo escritor do premiado filme estrelado por
Tom Hanks.
Adorei.

A lição que se tira da história é que seja qual for o sentido da viagem, é impossível escapar ao tempo.

Sinopse
Drama baseado no clássico romance homônimo escrito por F. Scott Fitzgerald nos anos de 1920, que conta a história de Benjamin Button, um homem que misteriosamente começa a rejuvenescer e passa a sofrer as bizarras consequências do fenômeno. Button, estranhamente, chega aos seus 80 e poucos anos - na New Orleans de 1918, quando a Primeira Guerra está chegando ao fim - e a partir disso começa a ficar mais jovem. Ainda que a cronologia do tempo segue normalmente e ele invada os anos do século 21.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Existe uma Lois Lane dentro de mim...


Aproveitando a sugestão de um novo leitor deste blog, vou tecer alguns comentários sobre minha ótica jornalística. Especialmente, minha visão do que tem se transformado o jornalismo nos dias de hoje e sobre a carreira.
Vamos lá então...
Você já notou que toda garota que quer ser atriz, dançarina ou modelo, diz que vai cursar jornalismo?
Tenho notado o crescente número de aspirantes a celebridade, que enxergam a profissão de jornalista como sendo SHOWnalismo, logo, encaram o trabalho em TV como trampolim pra isso.
É uma verdadeira decadência!

Alguns desavisados ainda pensam que ser jornalista é só aparecer na TV, simplesmente. As pessoas desconhecem completamente as tantas funções da profissão, como: Editor, Editor-Chefe, Subeditor, Redator, Articulista, Colunista, Crítico, Revisor, Repórter, Apurador, Pauteiro, Fotógrafo, Diagramador, Locutor, Produtor, Cinegrafista, Colunista, Comentarista, Assessor de imprensa, entre outras funções.
Há quem pense que jornalismo é glamour e que o objetivo de todo jornalista é ser âncora no jornal da globo.
Alto lá!! Existe muito campo a ser explorado não apenas em televisão, mas também em jornais, revistas, rádio, websites, weblogs, assessorias de imprensa e em salas de aula, entre muitos outros lugares em que a presença da imprensa se faz imprescindivel.
Alguém disse em algum lugar que ser jornalista “é como jogar nas 11 posições do campo”. Concordo. É necessário entrar nesse “jogo” sabendo que o trabalho é árduo e o mercado está cada vez mais competitivo. Tenho essa consciência nos meus 6 anos de curso (que eu deveria ter concluído em 4, caso não tivesse preferido a lua de mel que estudar e não fosse a burocracia de uma faculdade sanguessuga, mas isso é assunto para outro post).

Ainda não adquiri vasta experiência na área. Enquanto estudante fui produtora de um programa de TV e Assessora de Imprensa, além de repórter por 1 dia, e ainda temo a entrada “de cabeça” no mercado, porque sei que infelizmente muitos valores são dia a dia esquecidos e invertidos e grandes empresas pagam jornalistas apenas para publicar aquilo que é viável a elas.
São muitas as questões éticas e “estéticas” que merecem debate, mas talvez ainda me falte cacife pra isso, mas uma certeza eu tenho: Daqui a 26 dias recebo meu canudo e depois disso, estarei no olho do furacão tentando sobreviver aos percalços, deslumbres, encantos e salários baixíssimos dessa profissão, que como outra qualquer, tem seus prós e contras.

O maior engano que alguns jovens talvez estejam cometendo é escolher uma profissão sem conhecer o básico dela e sair em busca apenas dos “louros”, esquecendo-se que para se chegar lá, é necessário ralar muito e isso é algo que AGORA posso dizer que estou aprendendo.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Em tempos de convalescença...



Há 11 dias me submeti a uma cirurgia e todo cuidado é pouco no pós-operatório.
É uma série de NÃO PODE que sinceramente cansa.
Mas a reclusão tem suas vantagens...
É um período para revermos alguns valores, afinal a vulnerabilidade nesse momento existe e temos que nos entregar aos cuidados de outras pessoas.
Esse momento é bom quando se está cercado de pessoas que nos amam, que com simples cuidados demonstram amor e carinho.

Isso me fez um bem imensurável esses dias... Senti na pele, literalmente, o que é ser protegida.
Mas aí estive pensando também sobre aqueles que não tem os outros para protegê-los, aqueles que no leito, junto com toda a sensação de impotência que uma doença ou um pós-operatório carrega, não tem com quem contar e se viram sozinhos.
Coincidentemente enquanto escrevo esse post, na sala de casa, meu cunhado assiste ao filme: “Ensaio sobre a cegueira” e apesar de eu não gostar muito do filme, não há como não tê-lo como o exemplo mais apropriado para esse tema, pois o longa retrata bem a realidade nua e crua de quem passa a depender da ajuda de alguém, e a lição que se consegue tirar é quanto ao fato de sermos obrigados a confiar uns nos outros quando os nossos sentidos físicos nos deixam.
Confiar nos médicos, métodos e nas pessoas para nossa recuperação transforma algumas coisas dentro de nós... No meu caso, estou vivendo um paraíso de cuidados na casa de mamãe, mas para certas pessoas é um padecimento, uma crueldade por ser esquecido ou não ter quem o ajude.
Ainda bem que nessas horas em que a vulnerabilidade humana se abate, eu tenho amigos especiais, sinceros e tão amáveis que fazem toda a diferença na minha vida: Minha família.
É uma pena que nem todas as pessoas tenham essa graça e sofrem além da dor, o descaso e a solidão.

DEUS é mesmo muito generoso comigo!

domingo, 18 de janeiro de 2009

Quando (só) fala o coração!



Reclusa nas últimas semanas por culpa de uma cirurgia para retirada da vesícula biliar (entupida de cálculos) assisti a inúmeros programas de TV, entre filmes, novelas e seriados.
Bem entediante esses dias, exceto no horário em que começava a minissérie “Maysa – Quando fala o coração”. Uma linda produção que resgatou a história da cantora brasileira, morta em 1977, o ano em que eu nasci.
Foi uma experiência marcante conhecer sua música e tão sofrida vida.
Maysa foi uma mulher intensa. Teve a coragem de seguir por um novo caminho na música, cantando num estilo totalmente diferente daquele que era a sua marca. A bossa nova era o contrário da música fossa, do samba-canção, da dor-de-cotovelo, estilo musical de Maysa. E saiu-se muito bem. Ponto positivo em sua trajetória, já que muitas de suas escolhas foram pautadas num egoísmo sem tamanho, onde prevalecia o que pra ela era conveniente.
Como no mau exemplo de abandono do único filho Jayme Monjardim, que hoje as 52 anos, dirigiu a minissérie que retrata a história da mãe, sem esconder a relação atribulada que tiveram e o quanto isso o fez sentir-se rejeitado.
Cada cena foi dirigida de maneira primorosa e a escolha por atores desconhecidos foi um achado, deu uma “oxigenada” na teledramaturgia da globo. Gostei muito!
Mas ainda falando da transgressora Maysa, acredito que nenhum jovem deve pautar suas escolhas apenas naquilo que pensa ser o melhor pra si. Claro, nossos sonhos devem ser obstinadamente perseguidos até a realização, mas aí abandonar marido e filho pra viver sua arte é demais.
Acredito no compartilhar os sonhos com quem sonha conosco e esse outro nos amar tanto ao ponto de sonhar conosco também e buscar a realização do nosso sonho, por amor, em parceria.
Infelizmente esse foi o fato contraditório na vida de Maysa, que disse viver com o seu primeiro marido o único e verdadeiro amor e, no entanto, o abandonou.
E a relação de abandono com o filho? Nessa nem me atrevo entrar nos méritos, afinal na altura do campeonato, após haver escolhido a carreira ao marido, “esquecer” o filho num internato foi uma saída, de certa forma, coerente. Parece que ela tentou preservá-lo de seus próprios problemas – com álcool, por exemplo, e acabou afastando-o da realidade louca que era sua vida.
Mas valeu a reclusão para acompanhar essa linda minissérie, de impressionante fotografia e riqueza de detalhes. Sorri, chorei, me empolguei e me emocionei demais! Aprendi algumas lições com Maysa, dentre elas, a de que destruir as relações com quem amamos, numa sucessão de erros, nos leva a infelicidade.

"Se meu mundo caiu, eu que aprenda a levantar..."